Páginas

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Resenha - Gothica

Livro: Gothica (Contos)
Autor: Gustave Flaubert
Tradutora: Raquel de Almeida Prado
Berlendis & Vertecchia Editores
126 páginas
Nota no Skoob:
2 estrelas (regular)


               Um Flaubert novo, quase desconhecido - jovem, exercita-se como narrador, cria personagens diabólicos, mas também profundamente humanos. Um Falubert que brinca com a parafernália gótica, dando vazão a uma imaginação alucinada. Se o leitor busca bom entretenimento, ele encontrará aqui o frescor irônico de um gênero que sempre contou com um público fiel - pois a inspiração gótica adaptou-se à indústria cultural, passando dos livros e palcos às telas do cinema, à HQ e ao rock.


     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     Antes de tudo, eu queria dizer que eu não queria falar que o nome da Editora é muito bonito. Muito bonito mesmo.
     GOTHICA é mais um livro intocado que eu achei na biblioteca da escola. By the way, lendo alguns posts da série “A biblioteca da minha escola” do Livros e afins, eu percebo o quanto a biblioteca da minha escola é boa...
     Pra quem não se lembre, ou não saiba, Flaubert é o autor de Madame Bovary, livro que, falando nisso, já está localizado na biblioteca da escola e já está na fila – gigantesca fila, diga-se de passagem – de livros para eu ler.
     Devaneios à parte, à resenha.


Histórias
     Raiva e Impotência
     Sendo o mais suscinto e fiel possível, Raiva e Impotência relata a história de um homem TACITURNO (note-se isso), que foi enterrado vivo porque seu sono era muito pesado.

     A Peste Em Florença
     Como está escrito na apresentação do livro, escrita pela tradutora, em A Peste em Florença tem-se a sequência: profecia, maldição, traição, vingança. Trata-se da história de uma família, mais especificamente  de dois irmãos, que foram visitar uma velha mucho loca vidente/cartomante, que disse que haverá inveja e ódio na vida de um deles e que o outro prosperará muito em poucos dias ou alguma coisa assim. De fato, um deles virou cardeal, e o outro foi ficando quieto, amuado, rechaçado e TACITURNO (note-se isso). Aí um matou o outro no final.

     Bibliomania
     Esse é curioso. É a história de um velho, Giacomo, que era obcecado por livros e TACITURNO (note-se isso). Ele tinha uma biblioteca vasta, de livros, pergaminhos, manuscritos e afins e tinha raiva de um outro bibliófilo, Baptisto, que vinha comprando todos os livros raros que apareciam em leilão. Então tem uma sequência de fatos muito peculiar, que eu não vou por aqui muahaha e o final é nonsense. O curioso é que Giacomo não sabia ler Ô.ô.

     Sonho do Inferno
     É o maior conto do livro. Conta a história de nada e de ninguém; mais adiante eu explico. Trata de Arthutr de Almaröes, que é um homem muito poderoso (em todos os sentidos da palavra) e TACITURNO (note-se isso). Acontece que, de repente, Arthur leva um lero com satã (?), e este último quer levar sua alma. Mas Arthur alega que não tem alma e o capeta diz que se ele se apaixonar ele vai ver como tem alma. Então satã faz com que uma tal de Julietta caia de amores por Arthur, que nem dá bola para ela. No final Julietta se joga de um penhasco, satã convence-se de que Arthur não tem alma e vai embora e nada acontece com Arthur.

     O Funeral do Doutor Mathurin
    Desse conto eu não lembro muito sorry, mas a história é mais ou menos essa: ela trata desse Dr. Mathurin, que viva nas montanhas com seus discípulos e NÃO ERA TACITURNO (note-se isso); aí um dia ele decide morrer, morre e é enterrado. -.-

Minha Opinião 
     Ler Gothica me trouxe uma sensação de vazio interior que eu não sei explicar. Não é um vazio como se faltasse algo, mas é um vazio pleno. Ah, deixa pra lá.
     O importante é saber que: eu não me desesperei em Raiva e Impotência; eu apreciei razoavelmente A Peste em Florença; eu não achei coisa alguma de Bibliomania; eu não entendi lhufas de Sonho do Inferno; e eu achei O Funeral do Doutor Mathurin interessante, divertido e vazio. Agora destrinchemos.
     Penso que Raiva e Impotência foi escrito para gerar desespero no leitor, afinal, Ohmlyn é enterrado vivo! Mas eu não me desesperei... Não sei por que, mas não capturou-me a atenção o suficiente.
     D’A Peste em Florença eu gostei da cena em que Garzia mata Francesco, da loucura que emana dessa cena. Adoro pessoas loucas s2. Do resto do conto eu não tenho nada a dizer, porque ele não significou nada para mim.
     Bibliomania é pointless. Só isso.
    Sonho do Inferno é muito abstrato; imaginativo demais. Afora ser completamente desprovido de razão, ele é completamente desprovido de razão só pra fixar e acaba como começa: em lugar algum. Eu não acompanhei muito a história, não sei se porque atei-me por demais à razão ou se porque não fui com a cara de Arthur. Eu tive náuseas enquanto eu lia esse conto, provavelmente porque eu não me prendi ao conto e ele não oferecia nada que me prendesse. Resumindo, esse conto é bizarro, intelectualmente cacofônico e vazio. (Acho que são os cabelos de Arthur que estampam a capa do livro.)
    O Funeral do Doutor Mathurin me lembrou de uma parte da música “Elephant Gun - Beirut": “As did I, we drink to die / We drink tonight”. Mathurin morreu pleno, ele decidiu que queria morrer e assim o fez.: morreu feliz e bebendo. E que ideia é essa de ir passear com defuntos pela cidade? Esse é o melhor conto do livro, na minha opinião, mas é vazio mesmo assim.
     Eu não quero falar que Gothica é ruim, porque contos como o último e o segundo são bons, mas eu achei ele regular, talvez porque eu não abstraí o suficiente. Mas, enfim, leia e decida-se por si próprio sem ajuda de ninguém além de você mesmo, não abusando do pleonasmo.
     Para mim, em matéria de contos ninguém supera J. L. Borges =).

     Até mais. o/

terça-feira, 21 de junho de 2011

Resenha - O Médico e o Monstro

Livro: O Médico e o Monstro
Autor: R. L. Stevenson
Tradutora: Heloisa Jahn
Editora Ática - 96 páginas
Nota no Skoob:3 estrelas (Bom)



     As suspeitas começaram quando Mr. Utterson, um circunspecto advogado londrino, leu o testamento de seu velho amigo Henry Jekyll. Qual era a relação entre o respeitável Dr. Jekyll e o diabólico Edward Hyde? Quem matou Sir Danvers, o ilustre membro do parlamento londrino?
     Assim começa uma das mais célebres histórias de horror da literatura mundial. A história assustadora do infernal alter ego do Dr. Jekyll e da busca através das ruas escuras de Londres que culmina numa terrível revelação. Sinopse aqui.



     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     O que a escola não faz com a capacidade de blogar e de ler de uma pessoa?! 96 páginas! Só! E foram 5, cinco, cinque, five, 五 (go), dias pra ler! E mais uma semana procrastinando a resenha! Certo, mas eu amo a escola forever.
     Mais um livro muito conhecido e encontrado nas profundas reentrâncias das prateleiras da biblioteca da escola. Once more, a foto que está ali em cima não a capa do livro que eu li, mas não achei nenhuma imagem grande o bastante pra não pixelizar - não sei se essa é a palavra certa, mas a frase está entendível..
     Devo dizer que essa resenha happened to be bem diferente das outras. O que você vai ler lá no "Minha Opinião" é mais um registro de pensamentos aleatórios do que uma dissertação propriamente dita.

Cenário
     "Cidade gélida, com seu ar contaminado pelos gases industriais e escurecendo pela forte neblina, a Londres de mil oitocentos e tantos era o cenário perfeito para uma história de terror: sua propensão a epidemias era proporcional à expansão do submundo urbano, e seus contrastes sociais eram agravados pela violência generalizada." Paráfrase da página 13
História
     Vou ser o mais sucinto possível, porque o livro – e a história, de certo ponto de vista – não é muito grande.
     Dr. Jekyll, médico, amigo e cliente de Mr. Utterson, um advogado nem tão taciturno e reservado isso não é redundante? faz seu testamento dando absolutamente todo o seu patrimônio a um indivíduo alcunhado Mr. Edward Hyde; entretanto, quando o tal Mr. Hyde começa a ser conhecido pelas atrocidades que ele comete, a sanidade de Jekyll (por confiar em Hyde) torna-se duvidosa.
     Utterson então passa a observar e tentar descobrir o que se passa com Jekyll e por que existe essa estreita ligação entre ele e Hyde.

Minha Opinião 
     O Médico e o Monstro é uma história bem curta; e não digo isso com base no número de páginas, mas sim porque a história (entenda-se como “comprimento/extensão do conteúdo fictício que o livro contém) é realmente muito curta. Certo, resumindo: O livro tem a introdução à história, e então vem o desfecho. E pronto, só.
     Não entendo por que todo personagem de história de suspense/terror/mistério tenha que ser obrigatoriamente taciturno/ostracista, sendo que isso só serve, por vezes, para adornar o enredo. Personagens que são tachados de taciturnos, por algum motivo sobrenatural, tornam-se verborrágicos assim que a história começa. #curioso
     Outro fato digno de nota: o suicídio de Hyde no final. Se a personalidade dominante no momento em que Utterson e Poole arrombaram a porta era Hyde, porque cargas d’água ele matou-se a si mesmo suicidando-se? Teria ele feito disso sua derradeira vingança contra Jekyll? Ou teria a personalidade do bondoso Dr. Jekyll, escondida nos mais profundos fossos do âmago da alma de Hyde, dado um surto espetacularmente forte que fosse capaz de controlar por alguns instantes as ações de Hyde? Haja paciência para se pensar em questões assim. Ora bolas, ele morreu porque o autor quis. Então, ponto final.
     Realmente, se pararmos para analisar, o anonimato traz liberdade e poder, e, do mesmo jeito que Jekyll descobriu isso através de Hyde, muitas pessoas descobrem hoje através da internet. Os aspectos mais obscuros da personalidade de uma pessoa, seus prazeres mais bizarros, vêm à tona quando se pode deixar de ser “si mesmo” por algum momento. É um pensamento do tipo: não vou ser eu quem vai ter que sofrer com as consequências disso mesmo. Me achei psicólogo agora
     Quando Jekyll cede ao vício de virar Hyde, para mim, ele exterioriza a sua vontade de deixar de ser quem é, digo, as pessoas não querem deixar de ser quem elas pensam que são para virarem quem elas são, porque isso caracterizaria a destruição de toda a vida construída em cima de uma coisa que se achava ser o “caminho correto”. Psicólogo ou louco?
     Jekyll relata que, quando virou Hyde nas primeiras vezes, se entregou aos seus prazeres mais obscuros, ou seja, Hyde não é o lado “mau” dele, mas somente o lado “verdadeiro”. Se esse lado verdadeiro só se desenvolveu de uma vontade de fazer o que não podia – sim, pois Jekyll era “o bom e amistoso Jekyll”, sendo que isso, de certa forma limitava a sua liberdade de “ser” -, eu não sei, mas que Jekyll gostava de virar Hyde, ah! gostava.
     Who’d have known?
     Anyway, é um bom livro e, se não fosse a tonelada de trabalhos que eu tinha e ainda tenho que fazer, eu teria lido em um dia só. Captura muito bem a atenção do leitor.

      Até mais. o/