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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Resenha - C.S.I.: Jogo Duplo

Livro: Jogo Duplo
Autor: Max Allan Collins
Tradutora: Elvira Serapicos
Série: C.S.I.
Editora Prestígio – 301 páginas
Nota no Skoob: 4 estrelas (Muito Bom)

        

       Conheça os heróis da polícia de Las Vegas. Comandados pelo veterano Gil Grissom, essa equipe notável responsável pelo terceiro e último turno de trabalho no Departamento de Criminalística - incluindo Catherine Willows, Warrick Brown, Nick Stokes e Sara Sidle - precisa combinar métodos científicos moderníssimos com intuição enquanto trabalha para encontrar as provas por trás da fita de isolamento usada pela polícia. Enquanto Nick e Catherine investigam um assassino que volta à cena depois de 15 anos, Grissom e o resto da equipe precisa descobrir a identidade de um assassino frio - cujo estilo das execuções, uma assinatura com "dois furos", atraiu a atenção de Rick Culpepper, agente do FBI.


     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     Eu me crucifico até agora por nem imaginar que existissem livros de C.S.I. Que desinformado que eu sou!
   É impossível que você nunca tenha ouvido falar em C.S.I., caso não tenha ainda, recomendo suicídio, Google it!
     Amo de coração a série (o Las Vegas, pelo menos) e todos os personagens e tudo mais, mas, enfim, à resenha!

História
     Nick e Cath investigam o caso de uma "múmia" encontrada em um trailer abandonado em um canteiro de obras, enquanto Grissom, Sara e Warrick investigam o assassinato de um advogado no Beachcomber Hotel and Cassino.
     Aparentemente são dois casos isolados, sem nenhuma ligação, entretanto, a assinatura do assassino é a mesma: dois tiros com distância de ~2cm entre si, na base do crânio.
     À luz da ciência forense, os criminalistas do turno da noite de Las Vegas recolhem e analisam as evidências, tentando elucidar esses casos que acabam se mostrando muito mais intrínsecos do que se supunha.
     Eu sei que tem um pleonasmo no parágrafo acima, mas ignore. Obrigado.

Minha Opinião 
     É inegável que CSI tem um apelo audiovisual Tem hífen? gigantesco, mas, ao se ler o livro, digo eu, tem-se a mesma sensação de triunfo científico que se sente ao assistir um episódio da série. O livro tem algo que a série não tem e a série tem algo que o livro não tem, mas eu dou 4 estrelas pro livro justamente por causa desse apelo audiovisual que a série televisiva traz e o livro não.
     Sobre o final. Eu achei o final bem "finalizado", por assim dizer. Na série, quando se está com aquela sensação de "Ah, acabou! Resolveram o caso." a tela fica repentinamente preta e se lê Executive Producer - Jerry Buckheimer bem no meio. No livro os pensamentos têm tempo de assentarem, até porque depois do livro não tem créditos.
     Eu gostaria muito mesmo de relatar somente a minha experiência com o livro, sem comparar com a série, mas, como eu já assisti (e muito!) CSI, a comparação é inerente. Creio que deva ocorrer isso em todos os "livros que vieram de filmes/séries", porém não com os "livros que deram origem a filmes/séries".
     Do desenvolvimento. A concatenação dos fatos, das evidências, a intrincidade da narrativa é contagiante. Não obstante ler o livro seja igual a assistir a série, pois, nos primeiros capítulos, os dois casos se desenvolvem juntos, um em cada capítulo. Nem se comenta a sensação que se tem quando percebe-se que os casos engrenaram e entramos na reta final da narrativa!
     Todos quer os outros livros da série!
     É um livro muito bom mesmo e vale a pena a leitura. E se você ainda não viu a série, assista, ou melhor #ASSISTÃO.

"E os agentes CSI também eram seres humanos - até Grissom. Provavelmente." Pág.208

Até mais. o/

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resenha - House of Night: Traída

Livro: Traída
Autor: P.C. e Kristin Cast
Tradutor: Johann Heyss
Série: House of Night, Livro 2
Editora Novo Século – 331 páginas
Nota no Skoob: 3 Estrelas (Bom)



               Zoey se estabelece na Morada da Noite. Finalmente sente-se incluída e aprende a controlar seus poderes. Agora, ela supera novos desafios, luta contra a morte que se abate sobre adolescentes humanos e sobre a própria Morada da Noite e, de repente, percebe que seu coração e sua alma acabam de ser partidos por uma grande traição. Neste segundo livro da série House of Night depare-se com novos mistérios, surpreendentes emoções e muita sensualidade.


     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     Segundo livro de House of Night, mais uma capa linda. Sério mesmo, as capas dessa série são muito bem feitas. Dá vontade de ter na estante só por causa das capas.
     Enfim, capas à parte, se você não leu a resenha de Marcada, o primeiro livro, por favor, leia ela aqui.
     Vou tentar escrever um pouco mais nessa resenha para poder complementar a minha resenha relapsa de Marcada.

História
     Mísero Um mês passado do livro anterior, Zoey se estabelece confortavelmente na Morada da Noite.
     Apesar de estar envolvida com Erik Night, seu amor por Heath ainda não se apagou, e quando ela se vê frente a assassinatos misteriosos de adolescentes próximos a Heath, ao que tudo indica, cometidos por vampiros, ela teme por ele ser o próximo a desaparecer.
     Entretanto, Heath está Carimbado por Zoey, o que o faz querer vê-la desesperadamente. E os arredores da Morada da Noite escondem perigos inimagináveis...

Minha Opinião 
     É... bom. Não preconizarei a leitura dele e nem desencorajarei-a, até porque os finais são muito empolgantes, mas eu não vou julgar o livro SÓ pelo final (coisa que acontece com muita gente), porque o livro se desenvolve com algumas cenas de ação conectadas por um marasmo indescritível.
     É incrível que todos os amigos de Zoey estão sempre felizes, independentemente de fatores externos, e ela sempre tem decisões muito importantes a fazer, por isso nem sempre está feliz. Mas é compreensível, pois ela só está na House of Night há UM MÊS, um mísero mês e ela já fez tudo isso que ela fez... Tudo bem que ela é uma garota especial e a história é sobre ela por causa disso, mas, poxavida, UM MÊS só. Ela atrai desgraça.
     Falando em ela ser uma garota especial, quantos dons ela tem! Jesus toma conta! Ou melhor, Nyx toma conta! Não obstante ela ser a única novata da história que tem afinidade com os cinco elementos, ela já tem intuição de vampiros, sede de sangue, tatuagens Marcas fodásticas e é a única que vê/viu aqueles mortos-vivos que olham pra ela, gritam e saem correndo. Aliás, interessante ela ter sido a única que os viu...
     Ainda falando nos dons de Zoey, que legal que ela tem afinidade com os elementos; agora ela pode invocar os elementos por qualquer coisa! Tudo bem invocar todos eles com uma certa frequência, mas ela abusa também! Daqui a pouco ela vai andar por aí flutuando com o vento, se impor com o fogo, aromatizar o ar com "Campos Verdejantes, uma fragrância da terra" e tomar banho invocando a água. E haja espírito pra gerenciar os namorados dela!
     Uma coisa que me chama atenção é o fato de ela chamar Aphrodite de cadela, vadia, etc, sendo que ela, antes de tudo, tirou, roubou, afanou, furtou, arrancou, atraiu, retirou o namorado de Aphrodite, Erik. Além disso, diga-me, com quem Aphrodite ficou depois que perdeu o controle das Filhas das Trevas? Hein? Então, ninguém. E Zoey? Zoey ficou com Erik, foi assediada (reciprocamente, por sinal) por Loren e ainda teve atrações ginecológicas por Heath enquanto chupava o sangue dele. Sem querer rotular ninguém, mas, a Zoey parece ser mais vadia do que Aphrodite.
     Ah, Aphrodite. Embora as autoras tentem fazer Aphrodite parecer vilã na história, eu achei que ela era simplesmente fútil, e não má. Malvada é a Zoey, quando ela humilha a Aphrodite. Poxa, dá um tapa na cara da Aphrodite e tudo resolvido! Tem que ficar humilhando a menina?
     Deve estar parecendo que eu não gosto de Zoey, mas não é isso: é que cansa! Primeira pessoa sempre me cansou a leitura.
     Nesse livro tem muitas antíteses maravilhosamente poéticas. São escuridões brancas pra cá, branquidões escuras pra lá e assim vai.
     Então, deve estar parecendo mesmo que eu estou falando mal do livro, mas eu estou com vontade de ler a continuação sim. É o final que prende a gente e dá gás pra ler o próximo livro. Acho que já falei que os finais são realmente muito empolgantes...
     Enfim, infelizmente eu ainda não tenho Escolhida, mas assim que conseguir vou comprá-lo, acima de tudo, pra ter mais uma capa muito linda na minha estante.

" Enquanto estiver escovando a égua, pense em Heath." Pág. 281

      Até mais. o/

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Resenha - House of Night: Marcada

Livro: Marcada
Autoras: P.C e Kristin Cast
Tradutor: Johann Heyss
Série: House of Night, Livro 1
Editora Novo Século – 310 páginas
Nota no Skoob: 3 Estrelas (Bom)



               Em The House of Night você vai conhecer um mundo parecido com o nosso,exceto pelo fato de que nele os vampiros sempre existiram e convivem tranquilamente com as pessoas normais. No primeiro volume, Marcada, Zoey, uma garota de 16 anos,acaba de receber uma marca que vai transformar a sua vida por completo.Zoey terá que se afastar de seus amigos e de tudo aquilo que fazia parte da sua vida até então. A menina vai se transformar em vampira e usufruir de poderes que ela nem imaginava possuir. Mas para isso ela precisa suportar o difícil período de transformação, caso contrário morrerá.  Sinopse aqui.

     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     Eu já tinha começado a ler Marcada, pelo computador, logo depois que lançou, mas não cheguei ao fim, porque descobri que não gosto de ler pelo computador.
     Depois que eu terminei "As Brumas de Avalon", o plano era ler "Marcada", mas eu acabei tendo que ir na biblioteca da escola pesquisar algumas coisas e, é claro, dei uma olhada nos livros e peguei alguns. A partir de então, foi uma luta pra conseguir parar de pegar livros da biblioteca pra me concentrar só em "Marcada".
     Mas, enfim, terminei de ler ele e aqui está a resenha: :-)

Cenário
     Um mundo extremamente semelhante ao nosso, exceto pelo fato de que aqui (no mundo do livro) os vampiros são comuns, andam por aí, fazem sucesso, ganham dinheiro e tudo mais.

História
     Zoey, uma garota normal, que faz coisas normais e estuda em um colégio normal de pessoas normais, é Marcada para se transformar em vampira, o que é algo anormal. Ela tem que ir imediatamente para a Morada da Noite - um colégio feito para vampiros novatos - senão seu corpo enfraquecerá e ela morrerá.
     Mas Zoey é especial. Ela tem uma Marca diferente de todos os outro novatos, pois ela foi tocada pela Deusa.
     Chegando à Morada, ela vê a necessidade de se inserir na vida estudantil e social dos vampiros novatos, tarefa árdua para uma novata com uma Marca diferente, que se destaca dos demais.
     É uma história muito interessante, cheia de intrigas, reviravoltas e paixões, tudo dentro da vida colegial noturna dos vampiros.

Minha Opinião 
    "Ok", "Hello", "Tipo", "Cara" e afins, são expressões que aparecem frequentemente na narrativa, coisa que eu não gostei. Tipo, cara, ler um livro com, tipo, gírias escritas por toda parte, é a mesma coisa que ouvir aquelas pessoas que falam o "português-bem-dizido". Fora que os adjetivos, largamente usados nas descrições, não fazem par com o estilo usado para escrever as falas. Mas, bem, a capa é linda.
    Não obstante, o livro é muito engraçado. Admito que ri muito com ele. E as cenas de ação, principalmente a última, realmente prendem o leitor (eu, pelo menos).
   Um elemento que me chamou a atenção foi a escola. Sim, eu amo escolas, e muito-ao-cubo. A maioria dos livros no qual aparece uma escola, eu provavelmente vou gostar - da escola. A história do livro pode ser péssima, mas a escola sempre vai ser um ponto forte (eu espero).
    É uma leitura bem rápida - embora eu tenha demorado pra ler por causa do meu vício nos livros biblioteca - porque a história tem que ser lida e não entendida, se é que me entende; e as letras são bem grandes.
    Apesar das críticas ao livro por causa da semelhança com Crepúsculo, eu acho que as únicas semelhanças são o fato de o livro tratar de vampiros e a narrativa em 1ª pessoa.
    Em suma, não é um livro ruim. É um livro simples de se ler e bem superficial, sem muita psicologia. E tem uma escola nele \o/.

      Até a próxima. o/

sábado, 14 de maio de 2011

Resenha - Bom-Crioulo

Livro: Bom-Crioulo
Autor: Adolfo Caminha
Editora Ática – 110 páginas
Nota no Skoob:
4 estrelas (Muito Bom)

               Uma grande amizade pode levar ao crime? Ou existia algo mais entre Amaro e Aleixo? Que papel Carolina exercia entre os dois? Bom-Crioulo conta uma história de paixão e tragédia, ambientada no porto do Rio de Janeiro, do século passado [século XIX]. Baseado em fato real, Adolfo Caminha ousou abordar temas que escandalizaram o público de sua época, neste romance sempre atual.





     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     Sim, eu sei. ‘Marcada’ já está fazendo aniversário ali no ‘Estou Lendo’. Mas é que cada vez que eu vou à biblioteca devolver os livros que eu leio, eu não resisto e acabo pegando outro livro... É mais forte que eu. Mas, enfim...
     É curioso como eu resolvi ler esse livro. Eu já tinha ouvido falar dele em algum dia na minha vida – o qual eu não me recordo, mas tenho certeza que já ouvi falar. Esses dias atrás (7 dias atrás, para ser exato), um amigo meu que mora noutra cidade veio pra cá, e, papo vai papo vem, ele disse que nesse bimestre estava lendo Bom-Crioulo. Na segunda-feira, indo devolver "O Velho e O Mar", olho para o lado e, bem ali, no meio da fileira da letra B, meu olho avista exatamente o título na vertical: Bom-Crioulo. Ah!, desse jeito não tinha como não ler...

Cenário
     Eu poderia dizer que o cenário é o Rio de Janeiro do fim do séc XIX, a forte força entidade que era a marinha, etc, etc; mas o romance é muito mais psicológico do que físico (físico em termos de influências externas, como época, circunstância), então, o cenário acaba sendo, principalmente, a mente de Amaro.

História
     Amaro, também conhecido como Bom-Crioulo, um ex-escravo fugido, serve na marinha do Brasil. Sua vida sofrida de escravo acaba quando ele descobre quão alegre é a liberdade que se sente ao deparar-se com a imensidão do mar. Poesias à parte, toda a euforia da imensidão do mar e blá blá blá uma hora passa, afinal, vira rotina.

      Até que um dia, embarca um novo grumete: Aleixo, um efebo imberbe, ingênuo, frágil. Amaro apaixona-se de imediato por Aleixo, uma paixão animal, que provoca nele a vontade de possuir Aleixo só para si, como que por laços matrimoniais.
     Aleixo cede aos encantos de Amaro e deixa-se estar com o negro. Bom-Crioulo então começa a idealizar o futuro dos dois, juntos, felizes e unidos. Aluga então um quartinho de uma portuguesa chamada Carolina, e vai lá morar com Aleixo.
     Depois de algum tempo, Amaro acaba mudando de embarcação, o que faz com que ele trabalhe muito mais, tendo que deixar Aleixo sozinho na casa, vulnerável aos encantos de Carolina, que quer tê-lo para si também.
     E chega de história...

Minha Opinião 
     Primeiro: o livro é naturalista. E agora você pergunta: 'tá, e daí?'. Acontece que, devido à escola literária naturalista, a narrativa descritiva do livro é minuciosa e sem-vergonha despudorada, além de ser neutra, impessoal.
     Deixando um pouco o tema de lado, e falando sobre a narrativa em si, eu achei que o livro começa com uma abordagem muito sensual, que vai abrandando com o passar das páginas. No final do livro, o que resta é a essência do livro: a grande paixão de Amaro por Aleixo. Anyway, o rico vocabulário que o autor usa para descrever, não só as cenas sensuais, mas o livro inteiro, é ótimo, e faz do livro extremamente recomendável.
     Atual ou antigo, um livro que fale de homossexualismo nunca é bem aceito. As pessoas já têm um pré-conceito em relação ao livro, acham que é péssimo e nem lêem. De qualquer modo, o autor não apoia nem despreza o homossexualismo: só retrata um excerto da história em que um homem amou uma pessoa do mesmo sexo e ponto.
    Diz-se que o livro fala da paixão entre Amaro e Aleixo, mas, na verdade, eu achei que a situação é melhor colocada falando-se da paixão de Amaro por Aleixo, sem reciprocidade, pois, afinal, quando Carolina abriu as pernas, Aleixo foi correndo pra ela. Amaro? Amaro que se exploda! Deve ter morrido, enfim.
     Não entendi por que Aleixo se rendeu às carícias de Amaro, se ele reitera várias vezes no livro que 'amor não sentia por ele, só pena'. Seria algum modo de justificar-se por ter ficado com Carolina? Quando a mesma lhe contou sobre o bilhete de Amaro ele ficou todo estremecido querendo ir ver o Bom-Crioulo.
     Bom-Crioulo, que nunca tinha amado alguém antes, ao se deparar com esse "amor à primeira vista", e por uma pessoa do mesmo sexo ainda!, entrega-se totalmente a isso. Ele ama demais, confia demais, acredita demais. Ele ama demais Aleixo, querendo-o só  para si, sem sequer ser tocado por ninguém mais; uma paixão um pouco paternal até. Ele confia demais em Aleixo - tanto que, sempre que pensava em ter sido traído, Aleixo estaria nos braços de outro homem - e em D. Carolina (Não, não gostei dela. Safada.).
     É muito interessante o desfecho da história. Interessante é diferente de justificável, só pra lembrar.
     Acho que comecei a comentar demais sobre a história... Enfim, o livro é muito bom, muito bem escrito e muito corajoso. Imagine só a polêmica que ele deve ter gerado! Para usar a gíria adequada: "Bom-Crioulo causou muito!". Rsrs.
"Como é que se compreendia o amor, o desejo da posse animal entre duas pessoas do mesmo sexo, entre dois homens?" Pg. 29.

      Até mais. o/

domingo, 8 de maio de 2011

Resenha - O Velho e o Mar

Amo muito esssa capa!
Livro: O Velho e o Mar
Autor: Ernest Hemingway
Tradutor: Fernando de Castro Ferro
Editora Bertrand Brasil
126 páginas
Nota no Skoob: 5 estrelas (ótimo)

      Best-seller em todo o mundo e também no Brasil, O Velho e o Mar conta a história de um pescador que, depois de 84 dias sem apanhar um só peixe, acaba fisgando um de tamanho descomunal, que lhe oferece inusitada resistência e contra cuja força tem de opor a de seus braços, do seu corpo, e, mais que tudo, de seu espírito.
    Um homem só, no mar alto, com seus sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com certa ternura o peixe com que trava ingente luta até levá-lo a uma derrota leal e honesta.
      Uma obra-prima da literatura contemporânea, dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.

     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     O Velho e o Mar é um caso sério em minha vida.
     Antes de tudo, quero dizer que todas as vezes que eu li ele, foi emprestado da biblioteca da escola. A primeira vez que eu li foi em 2003, quando eu estava na 3ª série, com 9 anos. Obviamente que não gostei, afinal, naquela época eu me interessava muito mais por Mark Twain - que, por sinal, foi muito presente na minha infância - do que por Hemingway, Kafka, Dostoiévski, etc.
      Passou 2004 e 2005. Em 2006, na 6ª série, comecei a lembrar-me dele e tudo mais, e descobri que eu simplesmente amava o livro! Fui procurá-lo na biblioteca do colégio - que era outro - para lê-lo outra vez. Terminei de ler, e descobri que o livro nem era tão grande coisa.
     Enfim, resumindo, na 8ª série, em 2008, bateu saudades do livro outra vez, peguei ele de novo, li e não gostei. Outra vez.
     É incrível isso... eu só gosto desse livro um ano depois que eu termino de ler. o.O Esse ano, resolvi emprestar ele mais uma vez porque já estava com vontade de ler mais uma vez. Vá entender...

Cenário
     A grosso modo: o mar e o barco do velho. Mas, não sei... tem algo de abstrato na história, algo que está ali presente e você sabe que a história se passa realmente ali, mas eu não consegui identificar o que é...

História
     Santiago é um velho pescador que já não pesca nada há 84 dias.
    Sempre persistente, no dia 85 lança-se ao mar uma vez mais, com fé e esperança de que a sorte lhe reserve um bom peixe. Entretanto, acaba fisgando um peixe muito maior do que esperava, e, em seu embate com o peixe, vê-se na obrigação de aplicar todas as suas forças para capturá-lo.
     E o livro envereda pela luta do velho com o peixe, na imensidão do mar.
    Embora a história seja sempre focada no velho, apesar do estilo em 3ª pessoa, é importante citar que existe também Manolin, um menino que costumava pescar com Santiago, mas que agora pesca em outro barco. É Manolin quem cuida de Santiago, no sentido de levar-lhe café pela manhã, levar-lhe o jornal do dia, etc.

Minha Opinião 
     Ainda não amo esse livro, mas sei que daqui há um mês vai ser um dos meus preferidos. Não me pergunte o porquê. E, embora ele seja curto, ele é tão grande! Pelo menos, para mim.
     Uma coisa que está sempre presente no livro é a solidão do Velho. No modo como ele age, no modo como ele pensa, nas coisas que ele deseja e até mesmo em sua relação com o menino.
     Outra coisa que percebi, é que Santiago não é uno, no sentido de que ele não é O Velho, mas sim as pernas, as mãos, as costas e a cabeça (mente) do Velho. Ele confia em cada parte do corpo, como se o modo de agir de cada uma delas fosse independente. Eu percebo isso pelas passagens em que ele fala que a 'mão esquerda sempre fora uma traidora' e pelo excesso de descrição das mãos dentro do pensamento do Velho. A mente/cabeça sempre desempenha um papel de conselheira e motivadora. Em uma parte que ele fala que já está 'farto de conselhos', é como se fosse o corpo - dessa vez representando a unidade de mãos, braços, costas e pernas - que arguisse com a cabeça.
     O menino me passa a sensação de que vê o Velho como um avô, mas eu não consigo sentir a reciprocidade desse sentimento. Santiago, para mim, é indiferente a relações sociais, e, embora eu saiba que na verdade ele não é, talvez isso reflita algo de mim na minha leitura. Vale ressaltar que as interações dele com elementos 'não-humanos' ou, pelo menos, 'humanos-não-presentes' é muito mais intensa, haja vista a sua relação íntima com o barco, o mar, a linha e o peixe, além de seus diálogos - monólogos? - sobre DiMaggio e Manolin, quando este não está presente. Aliás, eu consigo ver a relação dele com o menino quando ele está em alto mar, quando o menino não está presente.
     A relação dele com o peixe é linda, magnífica. O peixe é um irmão e um adversário. O combate com o peixe é como se fosse um combate mortal: ou o Velho ganha, ou o peixe. É um sentimento muito paradoxal.

Considerações Finais
     Resumindo uma citação de Cyril Connolly na orelha do livro: "Compre o livro, leia-o imediatamente, deixe passar alguns dias e irá verificar que nenhuma página desta bela obra-prima poderia ter sido escrita melhor ou de forma diferente." Para mim, isso resume tudo.

      Até mais. o/

domingo, 1 de maio de 2011

Resenha - A Revolução dos Bichos

Essa não é a capa do livro que eu li, mas só achei ela.
Essa edição da Cia das Letras tem mais páginas, pro-
vavelmente, por causa do posfácio.
Livro: A Revolução dos Bichos
Autor: George Orwell
Tradutor: Heitor Aquino Ferreira
Editora Globo – 118 páginas
Nota no Skoob: 5 (Ótimo)




               Depois de conseguirem se livrar de seu algoz, o terrível Sr. Jones, os animais da Granja do Solar criaram suas próprias leis e imaginaram um mundo utópico de liberdade e plenitude. Porém uma cruel elite assumiu o controle da sociedade e os bichos se viram novamente enredados num regime totalitário, como nos velhos tempos. Esta fábula, habilmente construída por George Orwell, sobre a traição a um ideal, pelos caminhos da tirania e da corrupção, é ainda tão atual e relevante quanto o foi, em 1945, data de sua primeira publicação.




     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     Esses tempos atrás, a Suma de Letras fez uma promoção no twitter na qual os três (eu acho) primeiros que tuitassem o nome de um livro, publicado antes de 1950 (eu acho, também) e com o tema Distopia - aliás, eu nunca tinha ouvido na vida essa palavra -, ganhariam o livro Destino.
     Não, eu não participei da promoção. Acontece que eu fui pesquisar sobre o tema e achei aqui uma lista com os tais livros distópicos. A Revolução dos Bichos está nesta lista e, como eu já havia ouvido falar de George Orwell, embora nunca houvesse lido, interessei-me por ele, o livro.
     No dia seguinte, passeando na biblioteca do colégio, dei de cara com ele. Quase que levei, mas, como eu estava lendo As Brumas de Avalon, resolvi deixar pra depois. Bem, agora é depois, então peguei ele anteontem na biblioteca e terminei de ler ontem ^-^.

Cenário
     Aí depende do modo como você lê. Se você está lendo ele objetivamente, o cenário é este: Granja do Solar, uma não-tão-pequena-assim granja situada em um condado em algum lugar na Inglaterra.
     Agora, se você está lendo subjetivamente, então o cenário é este: A URSS stalinista do século XX.

História
     Major, um porco premiado em uma exposição que vivia na Granja, um dia, convocou todos os bichos para uma reunião: ele tivera um sonho estranho e queria compartilhá-lo com todos. Porém, antes de contar o sonho, Major discorre sobre a situação atual dos bichos da granja, que trabalham muito e não podem fruir do resultado de seu trabalho, têm comida limitada e, mais cedo ou mais tarde, vão acabar mortos por Jones, o dono da Granja do Solar. Os bichos, então, principalmente os porcos - que são os que tem inteligência mais desenvolvida -, conscientizam-se disso e começam a sonhar com um lugar sem humanos, governado pelos e para os bichos. Eles sabem que chegará o dia em que os bichos expulsarão o Sr. Jones da Granja e governarão a mesma.
     Um dia, devido a certas circunstâncias, a Rebelião acontece. O Sr. Jones é expulso, junto com sua mulher e seus capangas / peões, e, em seu lugar, Bola-de-Neve e Napoleão - dois porcos, que eram os mais adeptos das ideias de Major - fundam o Animalismo e começam a governar a Granja doravante. Porém, acontecem algumas coisas aí cortando-a-história e uma elite toma o poder da Granja, estabelecendo um regime totalitário.

Minha Opinião 
     É um livro magnífico! Principalmente por tratar tão bem da situação da URSS totalitarista, governada por Stálin, de um modo tão sutil!
     Se uma pessoa que lê este livro não estabelece nenhuma conexão entre o Socialismo e o Animalismo, recomendo que leia de novo e desta vez preste atenção, porque é mais óbvio do que a soma de 1 com 1.
     Nunca gostei muito de porcos - nada contra, também -, mas devo dizer duas coisas: Bola-de-neve é aceitável adorável e Napoleão é muito-à-enésima-potência irritante. Poxa, porque destruir uma sociedade que estava tão bem organizada? E ele nem morre no final... safado.
     Um dos trabalhos que eu mais gostei de fazer na escola - tanto que fiz 2 vezes, na 8ª do fundamental e no 2º do médio - foi sobre a Revolução Russa de 1917, e, mesmo ele sendo mais focado na Revolução e não no pós-revolução, eu sabia alguma coisa do regime de Stálin. Devo dizer, antes, que a expulsão do Sr. Jones e a do Czar são muito-muito semelhantes. Algumas semelhanças que eu identifiquei também foram: a NAP, a derrubada de Trótski e o Grande Expurgo; não necessariamente nessa ordem.
     Um personagem que me intrigou foi o corvo Moisés. De certa forma, para mim, ele simbolizaria algum tipo de religião, haja vista suas palestras sobre a Montanha de Açúcar-Cande e tudo mais. Entretanto, a URSS, para mim, novamente, nunca teve um estereótipo de religião - por exemplo, no Brasil predomina o catolicismo, nos EUA o protestantismo, etc. Não que seu saiba... Mas, enfim.
     Não sei, nem pesquisei, sobre como foi a repercussão do livro na época - 1945 -, mas Orwell teve muita coragem pra publicar esse livro...
    Duas citações ótimas do livro:
"Moinho ou não moinho, dizia ele [Benjamim], a vida seguiria como sempre - ou seja, mal."
     Adoro esse burro! Principalmente pela taciturnidade dele. Essa citação de cima está na pg. 45 e essa aqui de baixo esta na página 112.
"Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros"
     Essa é ótima. Os porquinhos tentando justificar a sua violação às bases do Animalismo. Acho que, no fundo, eles sabiam que estavam errados, pois tentavam justificar, mudando as regras. E, cada vez mais, eu percebo que o elitismo é inerente ao ser humano.
     É um livro muito gostoso de se ler... a leitura flui e não cansa.
     Enfim, graças à biblioteca da escola - love you biblioteca da escola s2 - esse é mais um clássico que entra para a minha lista de lidos. Thumbs up!

      Até mais. o/