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domingo, 8 de maio de 2011

Resenha - O Velho e o Mar

Amo muito esssa capa!
Livro: O Velho e o Mar
Autor: Ernest Hemingway
Tradutor: Fernando de Castro Ferro
Editora Bertrand Brasil
126 páginas
Nota no Skoob: 5 estrelas (ótimo)

      Best-seller em todo o mundo e também no Brasil, O Velho e o Mar conta a história de um pescador que, depois de 84 dias sem apanhar um só peixe, acaba fisgando um de tamanho descomunal, que lhe oferece inusitada resistência e contra cuja força tem de opor a de seus braços, do seu corpo, e, mais que tudo, de seu espírito.
    Um homem só, no mar alto, com seus sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com certa ternura o peixe com que trava ingente luta até levá-lo a uma derrota leal e honesta.
      Uma obra-prima da literatura contemporânea, dotada de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida o submete.

     Oi, você que está lendo essa resenha! o/
     O Velho e o Mar é um caso sério em minha vida.
     Antes de tudo, quero dizer que todas as vezes que eu li ele, foi emprestado da biblioteca da escola. A primeira vez que eu li foi em 2003, quando eu estava na 3ª série, com 9 anos. Obviamente que não gostei, afinal, naquela época eu me interessava muito mais por Mark Twain - que, por sinal, foi muito presente na minha infância - do que por Hemingway, Kafka, Dostoiévski, etc.
      Passou 2004 e 2005. Em 2006, na 6ª série, comecei a lembrar-me dele e tudo mais, e descobri que eu simplesmente amava o livro! Fui procurá-lo na biblioteca do colégio - que era outro - para lê-lo outra vez. Terminei de ler, e descobri que o livro nem era tão grande coisa.
     Enfim, resumindo, na 8ª série, em 2008, bateu saudades do livro outra vez, peguei ele de novo, li e não gostei. Outra vez.
     É incrível isso... eu só gosto desse livro um ano depois que eu termino de ler. o.O Esse ano, resolvi emprestar ele mais uma vez porque já estava com vontade de ler mais uma vez. Vá entender...

Cenário
     A grosso modo: o mar e o barco do velho. Mas, não sei... tem algo de abstrato na história, algo que está ali presente e você sabe que a história se passa realmente ali, mas eu não consegui identificar o que é...

História
     Santiago é um velho pescador que já não pesca nada há 84 dias.
    Sempre persistente, no dia 85 lança-se ao mar uma vez mais, com fé e esperança de que a sorte lhe reserve um bom peixe. Entretanto, acaba fisgando um peixe muito maior do que esperava, e, em seu embate com o peixe, vê-se na obrigação de aplicar todas as suas forças para capturá-lo.
     E o livro envereda pela luta do velho com o peixe, na imensidão do mar.
    Embora a história seja sempre focada no velho, apesar do estilo em 3ª pessoa, é importante citar que existe também Manolin, um menino que costumava pescar com Santiago, mas que agora pesca em outro barco. É Manolin quem cuida de Santiago, no sentido de levar-lhe café pela manhã, levar-lhe o jornal do dia, etc.

Minha Opinião 
     Ainda não amo esse livro, mas sei que daqui há um mês vai ser um dos meus preferidos. Não me pergunte o porquê. E, embora ele seja curto, ele é tão grande! Pelo menos, para mim.
     Uma coisa que está sempre presente no livro é a solidão do Velho. No modo como ele age, no modo como ele pensa, nas coisas que ele deseja e até mesmo em sua relação com o menino.
     Outra coisa que percebi, é que Santiago não é uno, no sentido de que ele não é O Velho, mas sim as pernas, as mãos, as costas e a cabeça (mente) do Velho. Ele confia em cada parte do corpo, como se o modo de agir de cada uma delas fosse independente. Eu percebo isso pelas passagens em que ele fala que a 'mão esquerda sempre fora uma traidora' e pelo excesso de descrição das mãos dentro do pensamento do Velho. A mente/cabeça sempre desempenha um papel de conselheira e motivadora. Em uma parte que ele fala que já está 'farto de conselhos', é como se fosse o corpo - dessa vez representando a unidade de mãos, braços, costas e pernas - que arguisse com a cabeça.
     O menino me passa a sensação de que vê o Velho como um avô, mas eu não consigo sentir a reciprocidade desse sentimento. Santiago, para mim, é indiferente a relações sociais, e, embora eu saiba que na verdade ele não é, talvez isso reflita algo de mim na minha leitura. Vale ressaltar que as interações dele com elementos 'não-humanos' ou, pelo menos, 'humanos-não-presentes' é muito mais intensa, haja vista a sua relação íntima com o barco, o mar, a linha e o peixe, além de seus diálogos - monólogos? - sobre DiMaggio e Manolin, quando este não está presente. Aliás, eu consigo ver a relação dele com o menino quando ele está em alto mar, quando o menino não está presente.
     A relação dele com o peixe é linda, magnífica. O peixe é um irmão e um adversário. O combate com o peixe é como se fosse um combate mortal: ou o Velho ganha, ou o peixe. É um sentimento muito paradoxal.

Considerações Finais
     Resumindo uma citação de Cyril Connolly na orelha do livro: "Compre o livro, leia-o imediatamente, deixe passar alguns dias e irá verificar que nenhuma página desta bela obra-prima poderia ter sido escrita melhor ou de forma diferente." Para mim, isso resume tudo.

      Até mais. o/

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