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Essa não é a capa do livro que eu li, mas só achei ela. Essa edição da Cia das Letras tem mais páginas, pro- vavelmente, por causa do posfácio. |
Livro: A Revolução dos Bichos
Autor: George Orwell
Tradutor: Heitor Aquino Ferreira
Editora Globo – 118 páginas
Nota no Skoob: 5 (Ótimo)
Depois de conseguirem se livrar de seu algoz, o terrível Sr. Jones, os animais da Granja do Solar criaram suas próprias leis e imaginaram um mundo utópico de liberdade e plenitude. Porém uma cruel elite assumiu o controle da sociedade e os bichos se viram novamente enredados num regime totalitário, como nos velhos tempos. Esta fábula, habilmente construída por George Orwell, sobre a traição a um ideal, pelos caminhos da tirania e da corrupção, é ainda tão atual e relevante quanto o foi, em 1945, data de sua primeira publicação.
Oi, você que está lendo essa resenha! o/
Esses tempos atrás, a Suma de Letras fez uma promoção no twitter na qual os três (eu acho) primeiros que tuitassem o nome de um livro, publicado antes de 1950 (eu acho, também) e com o tema Distopia - aliás, eu nunca tinha ouvido na vida essa palavra -, ganhariam o livro Destino.
Não, eu não participei da promoção. Acontece que eu fui pesquisar sobre o tema e achei aqui uma lista com os tais livros distópicos. A Revolução dos Bichos está nesta lista e, como eu já havia ouvido falar de George Orwell, embora nunca houvesse lido, interessei-me por ele, o livro.
No dia seguinte, passeando na biblioteca do colégio, dei de cara com ele. Quase que levei, mas, como eu estava lendo As Brumas de Avalon, resolvi deixar pra depois. Bem, agora é depois, então peguei ele anteontem na biblioteca e terminei de ler ontem ^-^.
Cenário
Aí depende do modo como você lê. Se você está lendo ele objetivamente, o cenário é este: Granja do Solar, uma não-tão-pequena-assim granja situada em um condado em algum lugar na Inglaterra.
Agora, se você está lendo subjetivamente, então o cenário é este: A URSS stalinista do século XX.
História
Major, um porco premiado em uma exposição que vivia na Granja, um dia, convocou todos os bichos para uma reunião: ele tivera um sonho estranho e queria compartilhá-lo com todos. Porém, antes de contar o sonho, Major discorre sobre a situação atual dos bichos da granja, que trabalham muito e não podem fruir do resultado de seu trabalho, têm comida limitada e, mais cedo ou mais tarde, vão acabar mortos por Jones, o dono da Granja do Solar. Os bichos, então, principalmente os porcos - que são os que tem inteligência mais desenvolvida -, conscientizam-se disso e começam a sonhar com um lugar sem humanos, governado pelos e para os bichos. Eles sabem que chegará o dia em que os bichos expulsarão o Sr. Jones da Granja e governarão a mesma.
Um dia, devido a certas circunstâncias, a Rebelião acontece. O Sr. Jones é expulso, junto com sua mulher e seus capangas / peões, e, em seu lugar, Bola-de-Neve e Napoleão - dois porcos, que eram os mais adeptos das ideias de Major - fundam o Animalismo e começam a governar a Granja doravante. Porém, acontecem algumas coisas aí cortando-a-história e uma elite toma o poder da Granja, estabelecendo um regime totalitário.
Minha Opinião
É um livro magnífico! Principalmente por tratar tão bem da situação da URSS totalitarista, governada por Stálin, de um modo tão sutil!
Se uma pessoa que lê este livro não estabelece nenhuma conexão entre o Socialismo e o Animalismo, recomendo que leia de novo e desta vez preste atenção, porque é mais óbvio do que a soma de 1 com 1.
Nunca gostei muito de porcos - nada contra, também -, mas devo dizer duas coisas: Bola-de-neve é aceitável adorável e Napoleão é muito-à-enésima-potência irritante. Poxa, porque destruir uma sociedade que estava tão bem organizada? E ele nem morre no final... safado.
Um dos trabalhos que eu mais gostei de fazer na escola - tanto que fiz 2 vezes, na 8ª do fundamental e no 2º do médio - foi sobre a Revolução Russa de 1917, e, mesmo ele sendo mais focado na Revolução e não no pós-revolução, eu sabia alguma coisa do regime de Stálin. Devo dizer, antes, que a expulsão do Sr. Jones e a do Czar são muito-muito semelhantes. Algumas semelhanças que eu identifiquei também foram: a NAP, a derrubada de Trótski e o Grande Expurgo; não necessariamente nessa ordem.
Um personagem que me intrigou foi o corvo Moisés. De certa forma, para mim, ele simbolizaria algum tipo de religião, haja vista suas palestras sobre a Montanha de Açúcar-Cande e tudo mais. Entretanto, a URSS, para mim, novamente, nunca teve um estereótipo de religião - por exemplo, no Brasil predomina o catolicismo, nos EUA o protestantismo, etc. Não que seu saiba... Mas, enfim.
Um personagem que me intrigou foi o corvo Moisés. De certa forma, para mim, ele simbolizaria algum tipo de religião, haja vista suas palestras sobre a Montanha de Açúcar-Cande e tudo mais. Entretanto, a URSS, para mim, novamente, nunca teve um estereótipo de religião - por exemplo, no Brasil predomina o catolicismo, nos EUA o protestantismo, etc. Não que seu saiba... Mas, enfim.
Não sei, nem pesquisei, sobre como foi a repercussão do livro na época - 1945 -, mas Orwell teve muita coragem pra publicar esse livro...
Duas citações ótimas do livro:
"Moinho ou não moinho, dizia ele [Benjamim], a vida seguiria como sempre - ou seja, mal."Adoro esse burro! Principalmente pela taciturnidade dele. Essa citação de cima está na pg. 45 e essa aqui de baixo esta na página 112.
"Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que os outros"
Essa é ótima. Os porquinhos tentando justificar a sua violação às bases do Animalismo. Acho que, no fundo, eles sabiam que estavam errados, pois tentavam justificar, mudando as regras. E, cada vez mais, eu percebo que o elitismo é inerente ao ser humano.
É um livro muito gostoso de se ler... a leitura flui e não cansa.
Enfim, graças à biblioteca da escola - love you biblioteca da escola s2 - esse é mais um clássico que entra para a minha lista de lidos. Thumbs up!
Até mais. o/
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